Quando se fala em animação japonesa, a maioria das pessoas
já pensa em lutas, monstros, robôs, muitos efeitos especiais. Mas o tipo de
animação aqui é outro: são os filmes do Studio Ghibli.
O Studio Ghibli surgiu em 1985, tendo como fundadores Hayao
Miyazaki e Isao Takahata. O nome “Ghibli” vem do árabe e significa “vento
mediterrâneo”. Miyazaki e Takahata queriam passar a ideia de um vento diferente que sopra na animação
japonesa.
Mesmo estando no país das últimas novidades de tecnologia, a
computação gráfica só começou a ser usada em 1994, ainda assim apenas nas cenas
mais complexas. Talvez isso seja uma das coisas que o Ghibli tem, que atrai
cada vez mais admiradores: o fato de fazer animações à moda antiga.
Um fator que influenciou muito na criação do Studio Ghibli,
foi o grande sucesso um filme escrito e dirigido por Miyazaki, baseado em um mangá de sua autoria: Nausicäa – O Vale dos Ventos. É muito
comum ver essa animação ser creditada ao Studio Ghibli, mas na verdade foi
lançada um ano antes de seu surgimento.
Um dos filmes mais famosos é A Viagem de Chihiro, que levou o Urso de Ouro no Festival de Berlim
de 2002, e também o Oscar de melhor animação em 2003, batendo fortes
concorrentes, como A Era do Gelo e Lilo & Stitch.
São inúmeros títulos, aqui vão alguns:
A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro
no Kamikakushi)
Chihiro é uma menina que não está muito satisfeita com a
mudança de casa. No carro, a caminho de seu novo lar, seus pais pegam um atalho.
Descobrem um túnel e, por curiosidade, resolvem explorá-lo. Encontram uma
cidade deserta, mas com muita comida. Os pais se esbaldam no banquete, e quando
Chihiro os vê, eles se transformaram em porcos. A menina então embarca em um mundo de
magia na tentativa de salvar seus pais.
Dirigido por Miyazaki, o filme traz
bruxa, dragão, bebê gigante, pedras que falam, espíritos que vagam pelos
lugares...os apreciadores de filmes de fantasia irão se deliciar.
Meu vizinho Totoro (Tonari no Totoro)
Também de Miyazaki, essa animação de 1988 fez tanto sucesso,
que o personagem Totoro virou o símbolo do Studio Ghibli, fez aparições em outros filmes do
estúdio, e em 2010 teve uma pequena participação em Toy
Story 3.
É
também um filme de fantasia, onde as irmãs Satsuki e Mei se mudam para uma casa
no interior. Mei descobre a existência de uma criatura que ela chama de Totoro (como ela pronuncia a palavra
inglesa troll). Um dia Mei
desaparece, e Satsuki recorre aos poderes mágicos de Totoro para encontrá-la. A
música- tema do filme nunca mais sairá da sua cabeça. É o meu preferido!
O Túmulo dos
Vagalumes (Hotaru no Haka)
De Isao Takahata. A história se passa no final da Segunda
Guerra, e tem seu foco na forte relação dos irmãos órfãos Seita, de 14 anos e
sua irmãzinha Setsuko, de 4. Eles têm de viver sozinhos em um abrigo, e a
situação piora quando Setsuko adoece. Foi feito um filme também, com atores, porém não o assisti.
Confesso que fiquei receosa em assistir esse filme, pois muita gente diz que é a animação mais triste já lançada. Não queria chorar em um desenho animado! Peguei lenços de papel e fui ver. Fiquei um pouco decepcionada, não com o filme em si, mas com o fato de não ter chorado nada! É triste? É. Mas nada rios de lágrimas.
Laputa - O castelo no céu (Tenku no shiro Rapyuta)
Sheeta é uma menina que literalmente cai do céu e o garoto Pazu a salva. Logo ele descobre que Sheeta estava fugindo de piratas do ar, que queriam uma pedra misteriosa que ela levava consigo. Para solucionar o mistério da pedra, eles têm de ir até Laputa, que é o nome de um castelo que fica flutuando no céu.
Quando vi a cena de Avatar, onde tinha todas aquelas "ilhas" flutuando em Pandora, imediatamente me lembrei do castelo de Laputa.
Ponyo à
beira-mar (Gake no ue no Ponyo)
Brunhilde é uma peixinha que mora no fundo do mar com suas irmãs e seu
pai, um feiticeiro (que é humano). Ela sempre teve o desejo de conhecer o mundo
e um dia consegue chegar até uma praia onde é salva pelo menino Sosuke. Ele a
chama de Ponyo. Mas o pai manda espíritos do mar trazê-la de volta. Por
recusar-se a ser chamada de Brunhilde novamente e de viver com o feiticeiro,
Ponyo se transforma em uma menina. Uma graça!
Dica: assista os filmes com o áudio original em japonês (coloque legendas se não entender, óbvio!). Tanto a dublagem em português quanto em inglês, tiram um pouco do encantamento das animações, principalmente das músicas.
Para mais informações sobre o Studio Ghibli, acesse:
Beijos!!